sábado, 13 de abril de 2013

Caminhos


  Eu gostava dos dias chuvosos nublados para sair, gostava de ir só imaginando o que poderia acontecer no caminho. Me esbarrava no pequeno morrinho e interrompia o sonho, virando para o lado tocava com o rosto no orvalho das plantas, havia uma flor que se destacava em meio a imensidão verde que se estendia a minha frente. Queria desbravá-la sem fronteiras, correndo muito rápido por entre a imensidão, sentido o cheiro do verde molhado, da terra molhada, imaginando o cheiro da pele molhada. Havia dias que trocava os pés pelos pedais, e sentia-me livre como um passáro planando aquilo tudo, queria passar por entre a cerca e ir o mais longe que pudesse, queria me sentar embaixo de uma árvore e observar as gotículas caindo. Porém, tudo era desculpa para sentí-lo, tudo era feito para ele, e ele nunca faria parte daquele lugar, era só parte da mente que suntuosamente armava para si mesma outra armadilha. E um dia eu deixei de olhar os dias chuvosos como eram, de sair neles, de imaginar o que aconteceria naquele velho caminho. Um dia meio que esqueci de você.





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